Orientações para pacientes em preparo para cirurgia endoscópica de Cálculos Renais (pedras nos rins)
27/03/2023![Orientações para pacientes em preparo para cirurgia endoscópica de Cálculos Renais (pedras nos rins)](https://clinicaalmere.com.br/wp-content/uploads/2023/03/Shutterstock_1970444882.jpg)
Como é a cirurgia? Um guia para os pacientes
Antes da Cirurgia – No dia da Cirurgia
O paciente deve fazer jejum de 8hs sem alimentar-se mas pode fazer uso de água, água de coco e gatorade até 4hs antes da cirurgia.
Importante: leite e derivados só pode ser ingeridos até 8h antes da cirurgia.
Ele também deve levar todos os documentos pré operatórios para o hospital que normalmente consistem em:
- Exames de sangue e urina pré operatórios;
- Exames de imagem (Ultra sonografia, Tomografia, Ressonância Magnética, etc). Importante levar também as fotos impressas dos exames de imagem quando as mesmas estiverem disponíveis;
- Avaliação Cardiológica de Risco Cirúrgico;
- Avaliação Pré Anestésica
No Hospital:
O paciente dá entrada no setor de internação do Hospital em que for realizar a cirurgia, preenche os papéis para a internação, são conferidas as autorizações necessárias (pacotes particulares ou autorização do convênio) e é então encaminhado ao Bloco Cirúrgico.
No bloco cirúrgico:
No setor o paciente recebe as roupas para serem usadas no bloco cirúrgico e após vesti las vai para a sala de espera onde normalmente fica com outros pacientes esperando a liberação da sala onde realizara sua cirurgia.
Na sala de cirurgia:
No bloco cirúrgico o paciente é recepcionado pelo(a) técnica de enfermagem que fica na sala de cirurgia.
A partir daí o Anestesista conversa um pouco com o paciente e confere os resultados de exames e os papéis da avaliação pré anestésica.
É puncionada uma veia para a administração de medicamentos e realizada a colocação de aparelhos para medir a pressão e acompanhar os batimentos cardíacos. Para a realização da cirurgia o paciente pode receber Raquianestesia (nas costas) ou anestesia geral. Isso depende da avaliação do anestesista e do cirurgião sobre a melhor opção para cada paciente.
Em qualquer destes tipos de anestesia o paciente dorme e só acorda após o procedimento realizado. Normalmente ele não se lembra de nada da cirurgia por causa dos remédios administrados.
A cirurgia:
A cirurgia só e iniciada quando o paciente está devidamente anestesiado.
Durante a cirurgia o paciente é acompanhado o tempo todo pelo médico Anestesista, que fica a seu lado, monitorizando e administrando medicamentos.
Um aparelho bem fino (Ureteroscopio) com uma câmera na ponta é passado pela uretra até chegar aos cálculos para que a cirurgia seja realizada.
Normalmente a cirurgia depende do tamanho, localização, dureza e do número de cálculos que necessitam tratamento e o tempo médio de cirurgia é de cerca de 1-2 horas.
Logo após a cirurgia – Ainda no Bloco Cirúrgico:
Após o término do procedimento, em alguns casos pode ser colocada uma sonda dentro da bexiga que sai pela uretra e por onde vai sair a urina. Em outros casos não é necessário o uso de sonda e o paciente pode urinar normalmente.
O paciente é então levado para a sala de recuperação pós anestésica onde ele continua monitorizado (pressão e batimentos cardíacos) e é também acompanhado por médicos e profissionais da enfermagem durante toda a sua permanência neste setor.
É comum o paciente sentir algum desconforto na uretra e na bexiga por causa da manipulação local e também pode ter dor nas costas como uma cólica renal mais fraca. Na sala de recuperação pós anestésica é perguntado o tempo todo ao paciente se ele está sentindo dor e medicamentos analgésicos podem ser administrados para o controle dessa dor.
O paciente só é liberado dessa sala pelo Médico Anestesista quando os efeitos da anestesia (geral ou raqui) já passaram ou melhoraram bastante. Quando chega este momento o paciente é levado para o quarto.
Após a cirurgia – No quarto do Hospital:
No quarto o paciente deve ficar de repouso nas primeiras horas, principalmente se estiver em uso de sonda para a urina. Deve tomar cuidado também com a veia que foi puncionada para administração de medicamentos.
Quando o paciente estiver se sentindo bem ele pode levantar da cama (com a ajuda de um responsável), inclusive para utilizar o banheiro.
Nas primeiras micções normalmente a urina está mais vermelha e pode conter alguns coágulos. É normal sentir ardência no canal urinário nas primeiras vezes que for urinar.
Outro incômodo comum é causado pelo uso do cateter duplo J que provoca um refluxo da urina para o rim todas as vezes que o paciente vai urinar.
Geralmente estes incômodos duram cerca de 3 dias e vão melhorando progressivamente. Alguns pacientes experimentam desconforto que dura até a retirada do duplo J.
Cateter duplo J com extremidade no interior do rim e na bexiga
No momento da alta
O paciente após cirurgias endoscópicas para cálculos do trato urinário normalmente recebem alta no dia da cirurgia ou no dia seguinte. Isso depende do horário em que foi realizada a cirurgia e de dificuldades encontradas durante a mesma.
No momento da alta o paciente recebe a receita com os medicamentos que ele deve fazer uso em casa e é orientado sobre a marcação do retorno pós operatório.
Ele também recebe por escrito todas as orientações que deve seguir para um pós operatório tranquilo.
O tempo de uso do duplo J também será informado ao paciente e depende do tipo de cirurgia realizada. Para cirurgias de cálculos ureterais ou renais normalmente o duplo J permanece no paciente por cerca de 14 dias mas este período pode ser variável. Só seu Médico poderá lhe informar adequadamente por quanto tempo será necessário o uso do cateter duplo J.
Orientações para pacientes em pós operatório de Cirurgia Endoscópica para Cálculos do Trato Urinário
- Alimentação leve nos primeiros dias de pós-operatório, até o retorno no consultório.
- Ingerir bastante líquido (água, sucos, chás, refrigerantes). Cerca de 2 a 3 litros por dia. Evitar bebidas alcoólicas.
- Evitar pegar peso até liberação médica.
- O (a) paciente pode andar normalmente por pequenas distâncias mas recomenda-se não realizar grandes caminhadas.
- Desde que encontre-se confortável o (a) paciente pode dirigir a partir do dia seguinte à cirurgia.
- Fazer uso da medicação prescrita conforme receita médica.
- Evitar relações sexuais por 01 semana.
- A urina vai permanecer com sangue até a retirada do cateter duplo J. Tal sangramento pode ir até de uma urina rosada até a urina bem avermelhada, com coloração vermelho clara ou vinhosa.
- O cateter duplo J deverá ser retirado em um período que depende do tipo de cirurgia, das dificuldades encontradas durante o procedimento e da necessidade de outros tratamentos para cálculos residuais. Seu médico vai te orientar sobre quanto tempo você deverá permanecer com o mesmo.
- Devido ao uso do cateter duplo J é comum aos pacientes apresentarem dor ou desconforto nas costas quando a bexiga está muito cheia ou quando for urinar. Isso é devido ao refluxo que o mesmo proporciona. Tal desconforto pode também ser semelhante a ´´picadas´´ na bexiga quando se está terminando a micção. Para minimizar estes sintomas, recomenda-se que os pacientes não deixem a bexiga ficar muito cheia e ao urinar não façam força com a barriga, apenas deixem a urina sair, sem forçá-la.
- Entrar em contato em caso de febre, mal-estar ou sintomas que gerem dúvidas.
- Retornar imediatamente ao Pronto Socorro do Hospital onde foi operado se apresentar retenção urinária (urina presa) ou sangramento excessivo na urina, com coágulos, em qualquer período pós-operatório. Você será avaliado(a) pro um Colega Médico de plantão.
- O retorno de sua cirurgia ou a data para a retirada do duplo será marcado pelo seu Médico, no momento da alta ou pela secretária do mesmo logo nos primeiros dias após a cirurgia.
- Se você deu entrada pelo Pronto Socorro do Hospital (em caso de cólica renal por exemplo, não se esqueça de pegar os exames de imagem realizados durante o atendimento de urgência (Ultra som, RX, Tomografia, etc) e levar novos exames (se houver solicitação) na consulta de retorno para ser programada a retirada do duplo J ou procedimentos posteriores.